Foi ao pedir lanches com colegas que um grupo de universitários sentiu a necessidade de ter, em Santa Maria, um site que proporcionasse facilidades como o cardápio de diferentes restaurantes com tele-entrega e um meio gratuito de fazer pedidos. Em vez de ficar esperando, três então estudantes de Ciência da Computação da UFSM criaram uma empresa que, meses depois, tornou-se a Delivery Much. Outros dois graduandos entraram no time e o negócio foi selecionado para estar na Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM), onde tem apoio para incrementar a gestão e cresce em um ambiente empreendedor.
- Na hora de pedir uma pizza, vinha a pergunta: quem liga? Com todos poupando o celular e sem conhecer as opções da cidade, ficava difícil. Fomos pesquisar e a única empresa nos moldes que imaginávamos que existia na época era em São Paulo - conta um dos empreendedores, Rafael Kreutz, 22 anos.
- Alguns restaurantes recebiam pedidos pelo Messenger. Mas, como três de nós trabalhávamos com criação de sites, já pensamos em ter um software mais profissional, que recebesse os pedidos e até o pagamento, além das ações de marketing e divulgação - acrescenta Guilherme Kruel, 23 anos.
Quando já completava dois anos em Santa Maria, a empresa se expandiu para Pelotas e Passo Fundo, onde pode aplicar com segurança aquilo que já deu certo por aqui.
De acordo com o técnico do Sebrae Regional de Santa Maria, Márcio Rebelatto, empresas que surgem assim são exemplos da chamada economia criativa, que traz soluções para necessidades atuais:
- A tecnologia da informação (TI) é um dos setores que mais crescem com a economia criativa. Essas empresas não entram em ramos já consolidados do comércio ou da indústria, mas criam um novo nicho baseado em uma oportunidade ou problema que precisava de solução.
Credibilidade é crucial para vendas na internet
Sempre que a Delivery Much conquista uma empresa, é instalado um programa no computador do restaurante para receber os pedidos feitos no site, com detalhes sobre ingredientes que vão a mais em um hambúrguer, por exemplo; a forma de pagamento escolhida e o endereço de entrega. O atendente, que fica liberado de atender telefonemas e anotar pedidos à mão (um de cada vez), pode imprimir cada encomenda e encaminhar à cozinha. Depois de entregue, a empresa recebe o feedback do consumidor, podendo usar os comentários para melhorar o serviço, além de ter estatísticas. A empresa também pode levar o serviço para o próprio site.
Do lado do consumidor, as vantagens são encontrar diferentes opções de refeições no mesmo lugar, fazer pedidos com segurança e sem precisar fazer um cadastro diferente para cada lancheria e escolher pagar no cartão de crédito pelo site mesmo. E reclamações ou problemas chegam ao gerente ou dono do restaurante mais rapidamente.
- Até não era a nossa intenção inicial ser o porta-voz das queixas dos clientes, mas acabamos nos tornando um controle de qualidade das empresas. Pelas estatísticas de consumo e os comentários depois da entrega, o restaurante pode melhorar cada vez mais o atendimento - acrescenta Kruel.
Delivery Much
- O que faz: Encomendas de lanches e divulgação pela internet para empresas do setor de alimentação
- Em que inova: É a primeira do Estado a reunir em um site diferentes serviços de tele-entrega de comida
- Quando começou: 2011
- Produção: São, em média, 100 pedidos por dia. Na página de Santa Maria, estão 24 restaurantes. Em Passo Fundo e Pelotas, são 10 empresas em cada
- Fornecedores: A maior parte dos serviços é feita pelos cinco sócios. Algumas ações são feitas em parceria com agências de publicidade locais
- Público-alvo: Empresas do setor de alimentação que ofereçam tele-entrega e consumidores jovens
- Funcionários: Cinco sócios e dois representantes comerciais
- A grande oportunidade: Enquanto estudantes universitários, os empreende"